A França é a praça forte onde faz cerca de 70% dos 20 milhões de euros que fatura, mas a estratégia de crescimento da Givec passa pela abertura de novos mercados, em particular no Reino Unido, que é um dos seus alvos preferenciais.

Toda a polémica em torno do Brexit não assusta a empresa de Barcelos, que se prepara para atravessar o canal da Mancha e invadir as lojas do Reino Unido com as suas t-shirts para mulheres ativas e urbanas, com mais de 35 anos, que gostam de peças com cores clássico e valorizam mais conforto e qualidade do que a moda –  que no entanto marca presença em pequenos detalhes das peças.

Além do Reino Unido, a Givec tem um olho no online, onde estuda as modalidades da sua entrada, e o outro em Itália e mercados escandinavos, onde se prepara para abrir testas de ponte.

A Europa esgota o horizonte de expansão da Givec, que não tem em cima da mesa planos de expansão para outros continentes, e não faz adaptações à sua colecção para satisfazer eventuais idiossincrasias nacionais. “O que está em causa não é o tipo de mercado mas sim o tipo de consumidoras”, explica Cândido Correia, 52 anos, CEO da Givec.   

Com o quartel general em Barcelos, emprega 55 pessoas, das quais quase metade (24) trabalham na área criativa, desenhando as duas coleções anuais, que todos os meses são refrescadas com a apresentação de 15 a 20 peças novas,

“Temos de acertar o passo pelo ritmo de um mundo em que a vida útil de uma peça de roupa é cada vez mais curta”, explica Cândido, que em meados dos anos 90 fundou a Givec, que exporta 100% das t-shirts para senhora que vende e são produzidas integralmente em Portugal.

“Nunca fui à China comprar o que quer que seja. Nós, internamente, escolhemos as matérias primas, desenhamos, fazemos o corte e controlamos a qualidade em todo o processo. A produção é colocada em cerca de 50 empresas que estão num raio de 10 a 15 km aqui à nossa volta, em Barcelos”, explica Cândido.

A Givec só vende roupa que leva na etiqueta uma das três marcas próprias, todas elas criadas no período de arranque da empresa, algures entre 1995 e 1997: Kallison, Bagoraz (tamanhos grandes) e Le Cabestan (linha de beira mar).

“Não tenho nenhum cliente que me venha com um croquis…”, conclui Cândido, que após três anos como jornalista, apaixonou-se por uma francesa e emigrou para Nantes, onde fundou a Givec –  após cerca de dez anos em que andou pelas feiras a vender malhas que comprava em Barcelos ou a negociar, por junto, meias e cuecas Made in Portugal.